Lençois Maranhenses - Ah Lençois... 

 

Um encontro inesperado em Milão

Numa manhã quente de setembro, entrei pela primeira vez na sala de mesas largas e compridas do Politécnico di Milano. Sentei na segunda fileira, ainda meio perdida, e logo ao meu lado alguém retribuiu meu olhar com um sorriso tímido.

A professora chegou para nossa primeira aula de desenho. Enquanto anotava na agenda, percebi o bloquinho da colega com a palavra “Globosat” estampada na capa.

Curiosa, perguntei se ela era brasileira. Ela negou com a cabeça:
Sou de Israel.

Quando respondi que era brasileira, seu sorriso se iluminou e ela disse apenas, com o sotaque carregado:
Ah, Lençóis…

Descobrindo os Lençóis pela memória de uma amiga

Ela me contou, no intervalo, sobre sua aventura de nove meses pela América do Sul: barco-gaiola no Amazonas, travessias de fronteira na Bolívia e na Venezuela, noites de mochilão.

Entre tantas histórias, sempre voltava ao mesmo ponto, repetindo com os olhos brilhando:
Ah, mas Lençóis…

Eu já tinha ouvido falar dos Lençóis Maranhenses, mas, aos 20 anos, aquele destino não estava na minha lista de prioridades

Uma amizade que cruzou o mundo

Os anos passaram, seguimos caminhos diferentes, eu para o Brasil, ela para Israel. Ainda assim, a amizade permaneceu: estudamos, viajamos, nos visitamos.

E em cada reencontro, o nome Lençóis voltava a aparecer, como se fosse um chamado.

Quando finalmente conheci os Lençóis

Durante a viagem de São Luís até Santo Amaro, só conseguia lembrar daquela primeira aula e do encanto nos olhos dela.

Chegando lá, entendi. Lençóis é beleza pura.
É vento que arranha a pele, duna que acaricia os pés, vendaval que embaraça o cabelo e convida a fechar os olhos.

Há algo mágico, imenso e sereno nos Lençóis. Algo que conecta a gente a um universo maior.

Minha experiência foi em Santo Amaro, mas ainda quero voltar para conhecer Atins.
E você, já esteve nos Lençóis Maranhenses? Qual cantinho mais te encantou?